Tuesday, November 30, 2004

Eu e Darwin

"Até os trinta anos de idade, poesia de muitos gêneros... deu-me grande prazer, e mesmo como escolar deliciei-me intensamente com Shakespeare, especialmente em suas peças históricas. Também disse que anteriormente quadros encantavam-me consideravelmente e a música muitíssimo. Mas agora, há muitos anos não consigo suportar a leitura de uma linha de poesia; experimentei ultimamente ler Shakespeare e achei-o tão intoleravelmente enfadonho a ponto de dar-me náuseas. Também perdi quase todo gosto por quadros ou música... Minha mente parece ter-se convertido em uma espécie de máquina para extrair leis gerais de grandes coleções de fatos, mas não posso conceber por que isso causou a atrofia apenas daquela parte do cérebro de que dependem gostos mais elevados... A perda dessas preferências é uma perda de felicidade e possivelmente danosa para o intelecto, e mais provavelmente para o caráter moral, por debilitar a parte emocional da nossa natureza."
Charles Darwin (Autobiografia, Londres, 1958)

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