Em tempos de macro...
"E aí não enxergo nada que o homem realmente precise que não possa ser produzido muito simplesmente, muito eficientemente, muito viavelmente numa escala pequena, com uma tecnologia radicalmente simplificada, com um capital inicial muito pequeno, de modo que mesmo as pessoas simples possam ter acesso a ela.
Se você tem uma tendência tecnológica, como tivemos pelos últimos 100 anos, para tornar tudo cada vez maior, cada vez mais complexo, cada vez mais dependente do capital, então, é claro, cada vez mais pessoas são excluídas. As coisas estão reservadas para as pessoas já ricas e poderosas. Por acaso os ricos e poderosos criaram um espaço em que os simples possam ocupá-lo? Alguns não aceitam o Primeiro Mandamento: "Adaptarás a si mesmo aos espaços". Eles dizem: "Eu quero fazer minhas próprias coisas, tenho habilidade, cérebro e mãos e quero fazer algo" - então você descobre que você não pode, porque não tem o capital necessário. A tecnologia cresceu além da escala humana. A pergunta é: podemos trazê-lo de volta para a escala humana? Isto não pode ser afirmado ou negado em bases teóricas, mas apenas em bases de experiência prática.
Se a tendência de surgir desejos mais rápido que a habilidade de saciá-los é inerente no industrialismo moderno como tal ou na forma social que aconteceu no Ocidente, isto pode ser um ponto questionável. É certo que ela existe e que as formas sociais a exacerbam. A indústria declara que a propaganda é absolutamente necessária para criar um mercado de massa, para permitir uma eficiente produção em massa. Mas o que é o grande volume de propaganda senão a estimulação da ganância, da inveja e da avareza? Não se pode negar que o industrialismo, certamente na sua forma capitalista, emprega abertamente essas falhas humanas - pelo menos três dos sete pecados mortais - como sua verdadeira força motriz."
Schumacher, F escreve em O Bom Trabalho.
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