Um pouco de pimenta
Eu gosto de futebol. Não só em tempos de copa. Mas não posso discordar daqueles que fazem críticas ao uso do esporte como forma de manipular desejos e necessidades da população. Você pode torcer pelo Brasil sem assistir aos jogos em uma TV plasma com mil polegadas, enquanto bebe uma coca-cola e fala no celular Oi!, fazendo um 21. Ah, claro: e vestido de verde-amarelo dos pés à cabeça, depois de ter tomado banho e colocado desodorante Rexona. A gente até pode garantir que é imune a este bombardeio de propagandas. Na verdade não somos. Uma hora nos distraímos, baixamos a guarda e zásss: consumimos os produtos anunciados no intervalo do jogo.
E se esquecermos esta face da Copa do consumo, acharemos a outra Copa: a das personalidades. Os jogadores sensíveis, que se desmontam por conta de um comentário maldoso ou uma bolha no pé. Os egos chocando-se nas concentrações, todos querendo ser o nº 1. Até o presidente se envolve com a seleção. E comete gafes. Que são respondidas com outras gafes por conta dos atingidos. Existem também os donos da bola, aqueles que ninguém contesta e nem se sabe porque. Os exemplares mais comuns são o Zagallo com suas supertições (o que o Zagallo faz? Qual é a função dele, além de ser número em estatísticas?), o próprio Parreira, o Cafu, o Dida, o Ronaldo Fenômeno. Aliás, quem foi que criou esta alcunha infame?
Enfim, se isolarmos tudo isso e olharmos só para o futebol, temos a chance de assistir a um bom jogo de futebol. Não fantástico, inenarrável, emocionante jogo de futebol, apesar do Galvão Bueno insistir em fazer a população chorar, obedecendo a uma diretriz da Globo: quanto pior, melhor. Um jogo de futebol. Igual ao da Alemanha, Itália, Togo, Portugal...
Para quem quer ler um texto mais "profissional" sobre o assunto, use este link da CartaCapital.
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